Homenagem aos maiores FOTÓGRAFOS do Brasil e do mundo.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Morre o fotógrafo Oliviero Toscani...

 



Texto compartilhado do site METRÓPOLIS, de 13 de janeiro de 2025 

Morre o fotógrafo Oliviero Toscani; relembre seus trabalhos polêmicos

Por Ilca Maria Estevão

Fotógrafo italiano deixa legado de reflexão e ousadia na moda, especialmente por sua icônica parceria de décadas com a Benetton

O mundo da moda perdeu, nesta segunda-feira (13/1), Oliviero Toscani, fotógrafo italiano que revolucionou a indústria com campanhas provocativas, com destaque para seu trabalho na Benetton. A morte do fotógrafo, aos 82 anos, acontece após anos de luta contra a amiloidose, doença rara que o fez perder 40 quilos em um ano.

Fotógrafo iniciou cedo sua carreira na arte

Oliviero Toscani ganhou reconhecimento internacional por seu trabalho à frente das campanhas da marca italiana Benetton, iniciadas na década de 1980. Na grife, o fotógrafo se tornou conhecido pelos cartazes publicitários, nos quais abordou temas polêmicos como racismo, Aids, desigualdade e conflitos globais, usando a moda como um meio para reflexão.

Uma de suas campanhas mais lembradas à frente da Benetton mostrava três corações humanos identificados por etiquetas que diziam “Branco”, “Preto” e “Amarelo”, defendendo a igualdade entre raças.

Um trabalho polêmico foi divulgado em 1991 e consistia em uma imagem de um bebê recém-nascido, ainda preso ao cordão umbilical. De acordo com a Benetton, a campanha representa um “hino à vida”, mas não foi bem recebida pelo público, tendo sida retirada de circulação.

Oliviero Toscani na moda

Nascido em Milão em 1942, Toscani era filho de fotojornalista e cresceu imerso no mundo da arte. Estudou fotografia e design gráfico em Zurique, na Suíça, e rapidamente se destacou por seu olhar questionador. Além da Benetton, colaborou com marcas como Chanel e Valentino, e suas imagens apareceram em publicações como Vogue e Elle.

Outro trabalho de grande sucesso — e cercado de controversas — foi a campanha publicitária com a comediante francesa e portadora de anorexia Isabelle Caro, lançada em setembro de 2007. A fotografia mostrava a jovem completamente nua, com as palavras “No Anorexia” e tinha como objetivo conscientizar o público e a indústria sobre essa doença que se alastrava entre modelos.

A campanha foi veiculada em grandes cartazes publicitários e outdoors nas ruas das principais cidades italianas e em uma página dupla do jornal La Repubblica.

“É muito interessante que finalmente uma empresa tenha entendido a importância do problema e tenha tido a coragem de se expor sobre este tema”, explicou Toscani em comunicado.

Seu questionamento às normas sociais inspirou marcas e artistas

Mesmo afastado do mercado da moda em seus últimos anos de vida, Oliviero Toscani continuava sendo uma referência para profissionais da moda e da publicidade. Sua narrativa visual e impacto na indústria são, há décadas, exemplos de sucesso de uma fotografia de moda consciente e sensível aos temas sociais importantes, muitas vezes negligenciados por marcas de moda.

Texto e imagens reproduzidos do site: www metropoles com

terça-feira, 23 de abril de 2024

FOTOJORNALISMO > 'Um Rápido Olhar' por Arthuro Paganini

FOTOJORNALISMO > 'Um Rápido Olhar' por Arthuro Paganini  

Arthuro Paganini é jornalista. Formado em 2005 pela Universidade Tiradentes, atuou na área de jornalismo a partir do 5 período, quando trabalhou em assessorias de imprensa. Desde então, mesmo redigindo matérias, ele, por vezes, ousava fotografar. Sempre apreciou a fotografia, considerando esta um elemento a mais de valorização do texto. 

Em maio de 2012 comprou seu próprio equipamento e decidiu trabalhar exclusivamente na área de fotografia. Não abandonou o texto - mantém um blog chamado Diário de Foto, porém foi na fotografia que ele decidiu manter-se profissionalmente.

Texto reproduzido do site: arthuropaganini wixsite com/fotografia

'LUGARES', por Arthuro Paganini (fotos de Aracaju)





Texto reproduzido do site: arthuropaganini wixsite com/fotografia

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'LUGARES', por Arthuro Paganini (fotos de Aracaju)

F/1 - Orlinha do bairro Industrial, banhada pelo rio Sergipe;

F/2 - Vista noturna da Avenida Beira Mar, bairro 13 de julho;

F/3 - Vista noturna da Praça Fausto Cardoso;

F/4 - Cidade de Aracaju, banhada pelo rio Sergipe.

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

ARTIGO > 'Fotógrafos geniais', por Marcos Melo

Crédito da foto: Internet/Ilustração

Artigo compartilhado do site RADAR SERGIPE, de 18 de novembro de 2022

Fotógrafos geniais
Por Marcos Melo

Hoje em dia somos todos fotógrafos! Amadores, claro. Digo todos, pois, com raríssimas exceções, temos uma câmera no celular que tira fotos de boa qualidade. A fotografia é, portanto, uma atividade prazerosa disseminada, popularizada, quando, há poucas décadas, era uma arte exclusiva de profissionais, que exerciam o ofício apetrechados das excelentes máquinas fotográficas alemãs e japonesas, aparelhagens acessórias e estúdios com câmeras escuras para a revelação dos filmes.

Tudo isso é coisa do passado. A Kodak, gigante mundial na produção de filmes, não acompanhou a evolução tecnológica do setor e entrou em processo falimentar, já que a era da revelação do negativo está no fim.

Sim, somos todos fotógrafos, mas sem o talento, as qualificações, os enquadramentos, a técnica e o foco de um Sebastião Salgado, Henry Cartier-Bresson, Lineu Lins de Carvalho, Walmir Almeida e Volfano Gaspar, apenas para citar estes.

Internacionalmente conhecido, o mineiro Sebastião Salgado rodou o mundo clicando suas mazelas, humanas e ambientais. Sua arte é um forte libelo contra os desníveis sociais. A sua famosa foto sobre a mineração do ouro em Serra Pelada recebeu várias premiações internacionais. É doutor honoris-causa pela Havard University (2021) e por universidades brasileiras. Já o francês Cartier-Bresson foi o fotógrafo da realeza e aristocracia europeias. Clicou em diversos países para as famosas revistas Life, Vogue e Harper’s Bazar. Fotografou os últimos dias de Gandhi.

Os sergipanos Lineu Carvalho e Walmir Almeida são os papas da moderna fotografia em nosso Estado. Ambos craques em captar o essencial, o ponto certo no momento certo. Pelas suas lentes, Aracaju recebeu um tratamento fotográfico de mestres. Tanto Lineu como Walmir sabiam tudo de fotografia aérea. A nossa capital nunca foi tão bem fotografada pelo ar e em movimento, como pelas suas objetivas.

Aliás, Walmir era piloto brevetado, com muitas horas de voo, o que facilitava seu trabalho. Já Lineu, embarcado nos helicópteros da Petrobras, fez inúmeras fotos a serviço da petroleira, em terra e mar. Aproveitava os voos para fazer imagens da cidade. São registros que mostram a evolução urbana de Aracaju, cujo acervo, cerca de 25 mil fotos, encontra-se na UNIT à disposição de estudiosos e historiadores.

Eles também registraram com suas câmeras acontecimentos sociais como casamentos, aniversários, festas tradicionais, inaugurações de empresas, de edifícios, de obras públicas etc. Walmir, além de fotografo era cinegrafista, e dos bons. Seu documentário sobre a seca, apresentado em Porto Alegre, impressionou o presidente João Goulart que o convidou para acompanhá-lo em uma viagem ao Chile e Uruguai. Fui seu cliente, mas de discos de jazz, que ele vendia em sua loja – Cine-foto Walmir – na Rua de Propriá, em frente ao icônico restaurante Cacique Chá.

Ainda menino, conheci o adolescente Lineu em Propriá, quando sua família foi morar na rua da Capela, onde eu residia. Isto em razão de seu Lins, pai de Lineu, ir gerenciar uma agência bancária na cidade, acho que do Banco Mercantil Sergipense ou do Banco Rezende Leite, não lembro qual. Lineu foi o primeiro fotógrafo sergipano a usar câmera digital, novidade à época. Era ligado em jazz. Fã de John Coltrane. Morávamos quase vizinhos, na Av. Acrísio Cruz, e trocávamos figurinhas em matéria de som e de jazz.

E o que dizer do propriaense Volfano Gaspar, o popular Faninho? Ele era mais que um fotógrafo. Fotografava e retocava a foto, em cores. Aliás, qualquer foto, de qualquer idade. O retoque era precisamente seu pulo-do-gato, sua especialidade. Isto com a precária tecnologia da época. Ele não chegou a conhecer as fotos shops digitais. Se as conhecesse daria um show de bola. Sua clientela eram os sertanejos, especialmente os prefeitos e vereadores que compravam sua incrível arte.

Às vezes havia reclamações de clientes mais exigentes: “E este sou eu mesmo?” Claro que é! Olhe bem! Apenas reduzi o tamanho das orelhas e coloquei um pouco de cabelos na calva para o distinto ficar mais bonito. “Mas eu não tenho os olhos azuis!” Consertei esse grave defeito de nascença com este belíssimo retrato, que irá dar outra vida a seu gabinete de trabalho. Aliás, se eu fosse o senhor encomendaria mais algumas cópias para presentear parentes e amigos.

Não é a toda hora que fazemos um serviço dessa qualidade. Foram três dias combinando as mais lindas cores para melhor realçar sua forte personalidade. Veja como suas novas feições estão inspirando mais confiança e respeitabilidade, além de ter remoçado pelo menos uns quinze anos. Com um retrato desses nas ruas e nos povoados ninguém perde uma eleição. E ali mesmo Faninho fazia novos clientes, principalmente os candidatos a vereador.

As mulheres, é claro, compunham expressiva fatia de sua clientela. Não bastasse o charme pessoal e a conversa fácil, ele as fazia mais jovens e mais bonitas. Morenas ficavam claras, brancas tornavam-se louras, negras eram tingidas por uma cor que as deixavam pubas. Houve casos milagrosos de estrábicas ficarem com a visão centralizada. Na verdade, Volfano Gaspar era uma espécie de Ivo Pitangui da fotografia. Enquanto o famoso cirurgião plástico retocava a/o paciente na carne, Faninho retocava a imagem, com resultados fantásticos, talvez melhores que o bisturi de Dr. Pitangui. Se se conhecessem, certamente teriam feito uma memorável parceria. Faninho planejando as incisões e Pitangui lancetando.

Antes de se tornar o fotógrafo do sertão, Faninho foi assistente de topógrafo na Comissão do Vale do São Francisco. Mas essa é outra história.

* Marcos Melo é Professor emérito da UFS e membro da ASL.

Texto e imagem reproduzidos do site: radarsergipe.com.br

sexta-feira, 11 de março de 2022

Ícone do fotojornalismo brasileiro, Orlando Brito morre aos 72

Fotojornalista Orlando Brito, em imagem publicada por ele em rede social em 2022
Foto: Instagram/Reprodução 
 

Legenda da Foto: Ulysses Guimarães na rampa do Congresso, em imagem do fotógrafo Orlando Britto — (Crédito da Foto: Reprodução/site da Câmara dos Deputados) 

 

Publicado originalmente no site G1 GLOBO, em 11 de março de 2022 


Ícone do fotojornalismo brasileiro, Orlando Brito morre aos 72 anos em Brasília

 

Repórter fotográfico e editor, ele passou por algumas das principais publicações do país, ganhou prêmios nacionais e internacionais e publicou seis livros. 


Por g1 — Brasília 


Referência do fotojornalismo no Brasil, o fotógrafo Orlando Brito morreu nesta sexta-feira (11) em razão de complicações decorrentes de uma cirurgia de intestino. 


Ele tinha 72 anos e estava internado no Hospital Regional de Taguatinga, no Distrito Federal. Separado, deixa uma filha, Carolina, e dois netos, Theo e Thomas. 


Durante a carreira, Orlando Brito registrou presidentes, políticos e personalidades do poder, contando por meio de imagens parte da história política do Brasil, desde os anos 1960. Também produziu um acervo de fotografias de cidadãos comuns, indígenas e expoentes do mundo esportivo e cultural, além de ter viajado por mais de 60 países e acompanhado copas do mundo de futebol e jogos olímpicos. 


Em 1979, quando atuava no jornal "O Globo", se tornou o primeiro brasileiro premiado no “World Press Photo Prize” do Museu Van Gogh, de Amsterdã, na Holanda, o mais prestigiado prêmio de fotojornalismo do mundo. Ele obteve o primeiro lugar na categoria "Sequências", com uma sucessão de fotos sobre um exercício militar intitulada "Uma missão fatal". 


No Prêmio Abril de Fotografia, Brito foi considerado "hors concours", depois de ganhar por 11 vezes. 


Também publicou seis livros de fotografia, entre os quais “Poder, Glória e Solidão”, no qual retrata episódios e personalidades da história política do Brasil... 


Trajetória 


Orlando Péricles Brito de Oliveira nasceu em 1950, em Janaúba, Minas Gerais. Começou a carreira em 1964, aos 14 anos, como laboratorista no jornal “Última Hora”.

 

Depois trabalhou como repórter fotográfico e editor de fotografia. Passou pelas redações de “O Globo”, "Jornal do Brasil" e revistas "Caras" e "Veja" — nesta última, em dois períodos diferentes. Ao deixar a revista, criou a agência de notícias Obrito News. 


Em entrevista ao programa “Trilha das Artes”, da rádio Câmara, da Câmara dos Deputados, foi questionado se tinha a fotografia como "paixão". Disse que esta seria “uma das primeiras e talvez uma das únicas”. 


“A fotografia é tudo para mim, é o que me trouxe até aqui. Eu não consigo enxergar nada sem ser pelo ângulo fotográfico, visual, estético. Então, eu não consigo fazer nada que não passe, que não toque, no tema fotografia”, declarou Brito na entrevista à rádio. 


Segundo afirmou à rádio, fotógrafo não escolhe o que fotografar. 


“Um fotógrafo — especialmente os de notícias — não tem como escolher temas. Ele está ali de acordo. Ele não age. Ele reage às pautas que vêm a ele”, afirmou. 


Durante a carreira, Brito testemunhou diversos momentos históricos, entre os quais o fechamento do Congresso Nacional em 1977, na ditadura militar, durante o governo do general Ernesto Geisel. 


Em depoimento para um documentário da TV Senado, disse que, na ocasião, quis mostrar por meio de uma imagem aquele episódio da vida política brasileira. 


"Eu saí, subi a escada, fui lá em cima e fiz mais dois cliques com uma grande angular, mostrando a solidão do plenário", afirmou. 


Em 8 de outubro de 1992, clicou o então deputado Ulysses Guimarães na rampa do Congresso. Quatro dias depois, o parlamentar, presidente da Assembleia Nacional Constituinte e apelidado de "Senhor Diretas", morreu em um acidente de helicóptero na baía de Angra dos Reis. 


Nos últimos 55 anos, Orlando Brito registrou todas as posses presidenciais — desde o ex-presidente Arthur Costa Silva, em 1967, até Jair Bolsonaro, em 2019. 


Em 2011, Brito fez uma das últimas fotos do ex-presidente Itamar Franco. Em um podcast, disse que o “ar estranho” do então senador por Minas Gerais o motivou a fazer o registro. 


"Aquele ar estranho me levou a fazer uma fotografia. Uma foto triste e surpreendente. Foi a última imagem que eu fiz do doutor Itamar. Horas depois, ele seria internado, em São Paulo, e viria a falecer de leucemia aos 81 anos", relatou. 


Texto e imagens reproduzidos do site: g1.globo.com 

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Revista "FOTOGRAFE MELHOR" > Matéria com Nailson Moura


Publicado originalmente no Perfil do Facebook de Nailson Moura, em 6 de setembro de 2020

A revista FOTOGRAFE MELHOR deste mês traz uma matéria sobre o nosso trabalho 

A Revista FOTOGRAFE MELHOR, a mais destacada do segmento fotografia da América Latina, em sua edição de nº 288, comemorativa ao seu 24º aniversário, traz uma matéria sobre o meu trabalho como fotógrafo e sobre o projeto fotográfico documental denominado “BROTANDO DAS MÃOS”.

Idealizado em 2013 durante uma de minhas viagens à Comunidade Indígena Xocó, localizada na Ilha de São Pedro, no rio São Francisco, o projeto tem o intuito de registrar, no âmbito do estado de Sergipe, imagens de artífices, artesãos, artistas plásticos e outros profissionais que se utilizam da artesania, e, com suas habilidades manuais, fazem brotar tanto o aparato utilitário do cotidiano quanto o belo artístico.  

O primeiro fruto colhido do projeto foi o livro “Crônicas do Ateliê”, lançado em 2014, com registros do processo de construção das esculturas em aço do artista plástico Antônio da Cruz.

Texto e imagens reproduzidos do Facebook/Nailson Moura.